quinta-feira, 3 de julho de 2008

E depois do stresse...

... o regresso ao blogue!!! Bem nota a minha querida Margarida que há muito não passava por aqui, mais concretamente desde o tempo em que Portugal ganhava jogos no Euro e a comida faltava nos supermercados e estava-se tudo a marimbar, porque, vendo bem as coisas, Portugal estava a ganhar. E que interessava essa cena dos camionistas parados, mais das prateleiras vazias, mais do preço da gasolina que não pára de subir se realmente Portugal estava a ganhar e havia motivo para celebrar? Pois, como dizia a Teresa Guilherme, não interessava nada. Mas entretanto o País disse adeus ao Euro, os supermercados lá foram recompondo as suas fileiras e tudo vai voltando à normalidade. Eu estive em Lisboa de fugida no fim de semana passado e posso testemunhar que tudo parecia correr normalmente, excepto a razão que me levou a estar tanto tempo afastado do blogue, privado da vida habitual de um ser humano e à beira de um ataque de nervos: o último exame do mestrado! Depois da trabalheira que foi estudar à distância para o trabalho de estatística, faltava o malvado exame para quase me liquidar de vez. Isto de trabalhar, estudar, mudar de país, estar o dia todo a falar uma língua que não é a nossa e ainda tomar conta de uma casa dá conta da cabeça de uma pessoa e quase deu cabo da minha. Mas, graças a Deus, ainda aqui estou para vos contar estas agruras, o que significa que bem tentaram mas não conseguiram dar comigo em doido.
Eu explico. Primeiro, o trabalho, que é obviamente muito mais importante do que quaisquer estudos, e tem sido extremamente cansativo e exigente: parece que, de um momento para o outro, a nossa equipa tem de participar em tudo, estar em todos os eventos e fazer um pouco de tudo... ao mesmo tempo! Ele é organizar grupos de trabalho, mais a presença em eventos externos, mais uma actividade para dinamizar equipas e, no meio de tudo isto, calculem que este vosso amigo até já deu formação em comunicação a um grupo de novos colegas! O que vale é que os meus colegas são excepcionais, quer como pessoas, quer como profissionais - não há ninguém que não ajude o outro. E, apesar dos nervos e das correrias, o resultado foi óptimo: até os colegas peritos em formação de outro departamento nos vieram felicitar. Tivemos a enorme sorte de fazer a apresentação para uma assistência fantástica, gente bem disposta, animada e sobretudo muito interessada e motivada. À última hora, sem qualquer plano, até corremos o risco de improvisar um exercício interactivo e compensou: o pessoal alinhou lindamente e não parava de fazer comentários e colocar perguntas. E a verdade é que agora, olhando para trás, tentando imaginar que estaria na plateia e não sobre o palco, penso sinceramente que a nossa sessão de formação - que durou uma tarde inteira!! - correu mesmo sobre rodas. Apesar de só termos tido tempo para ensaiar em conjunto uma vez e de a apresentação ser a seis vozes, pois cada colega falou de um tema diferente, estivemos particularmente bem coordenados. Tenho cá para mim que uma das formandas foi quem melhor descreveu a situação. Disse ela a uma colega minha: «Ao ver a vossa apresentação, nota-se mesmo que a vossa equipa se entende perfeitamente, nota-se que gostam verdadeiramente de trabalhar uns com os outros». E isto por si só já diz tudo.
Tudo isto, obviamente, supôs muito trabalho, muita canseira, mas deste lado as coisas funcionam. Ter mudado de país e trabalhar diariamente numa língua que não é a nossa não é pêra doce, mas também não foi daí que o problema surgiu, ou melhor, talvez tenha contribuído para o estado geral de desatino sem que eu próprio me tenha apercebido, mas não foi certamente o factor mais desatinante. E cuidar de uma casa também não, porque, além de ter a maravilhosa ajuda da minha despachadíssima empregada (a protagonista da cena da vela, essa mesmo), a minha casa é prática, pequena e adorável, como creio que já contei. Pequena como eu, dirão vocês. Pois. Combina bem. Mas, como diz a minha colega da frente, «good things come in small packages»...
O problema estava mesmo noutra frente: o mestrado, palavra que só de pronunciar me provocar náuseas e outras complicações físicas e psicológicas indignas de reportar neste blogue. Pois que isto de estudar à distância é muito bonito à primeira vista, e tem-se o material, e lê-se o dito cujo e vai-se acompanhando, mas não tem graça nenhuma na prática. Arrasa qualquer cérebro, pelo menos, ao meu não trouxe grande felicidade nem deixou saudades. E assim voltamos ao princípio da mensagem, porque agora já conseguem perceber o motivo que me levou a Lisboa no passado fim de semana e que me impediu de «postar» durante tantos dias. Pois tenho a informar que, para o bem ou para o mal, o motivo extinguiu-se, procedi ao seu encerramento faz amanhã uma semana e agora já estou livre e disponível para vos contar mais aventuras deste vosso amigo expatriado na capital da Europa.
Até amanhã!

3 comentários:

Anónimo disse...

Que saudades que eu tinha de saber as coisas boas que te acontecem. O trabalho quando corre bem gratifica-nos imenso, mesmo quando nos cansa muito. Agora aproveita para descansares um pouco, dormires mais sedo e sem demoras.
continua a dar noticias mesmo que sejam pequenas.
Beijinhos

30aos30 disse...

Muitos parabéns! Não sabes o quanto te invejo :-( Ainda me falta um ano ai ai!
Diverte-te!
Rita

Anónimo disse...

Bem vindo de novo à escrita! Não há nada que te "funda" o cérebro, principalmete se tomares "pro cerebrum forte" que teria sido um óptimo auxiliar de memória e talvez, talvez evitasse as brancas. Mas...aí está o meu filho de novo, cheio de energia, uma energia que é saudável porque revela que gostas do que estás a fazer e tens um bom ambiente, o resto que se dane, há mais marés que marinheiros, como se costuma dizer.Fico feliz por poder ler-te de novo.Beijos. M