segunda-feira, 21 de março de 2011

Bieber Fever

Ainda não tinha percebido que piada acham ao Justin Bieber. Mas não percebia mesmo, porque ele não tem graça nenhuma, parece um tolinho. E não canta nada de jeito, eu até tenho o primeiro disco e é uma treta pegada.






Mas hoje… hoje, é que se fez luz no meu espírito. Foi preciso algum tempo, mas fez-se luz. Onde havia ignorância surgiu conhecimento. E onde havia trevas fez-se um clarão. O segredo está todo no cabelo.
Anteontem, à falta de coisa melhor para fazer com o secador, achei por bem pentear o cabelo para a frente, estilo como os betinhos daí usam agora (aqui não usam, usam o cabelo em pé, que chama mais a atenção). Evidentemente, não tenho o cabelo comprido como o Bieber nem liso, mas o penteado lá saiu. E hoje literalmente saiu à rua. E só recebi elogios, ficas mais giro, muito mais novo, saíram-te uns anos de cima, devias deixar crescer mais, havia de te ficar bem.
Ao fim da tarde, fui à minha ginástica habitual onde, porque era dia de semana e já passava das seis, havia sempre alguém ou várias pessoas até na máquina que eu precisava de usar. No meu livrinho estimado do Matt Roberts, os exercícios devem-se fazer por ordem e sem avacalhar, mas o pessoal daqui da zona anda todo maluco a ver se dá cabo das gorduras que lá ficaram alojadas no Natal e se põe em forma para o verão. É sempre assim durante a semana e por isso eu tento ir mais cedo ou ao fim de semana, já a contar com os desesperados que chegam às seis e nunca mais de lá saem.
Lá troquei as voltas aos exercícios e tinha ido beber água quando um senhor ocupa o meu lugar. Então, eu estava aqui! O senhor pede muitas desculpas, pode fazer à vontade. Mas eu não estava a fazer nada disto, eu estava a fazer o exercício dos tríceps, com a pega do cabo lá em cima. O senhor troca logo o cabo que devia estar em cima e agora já estava em baixo para eu poder fazer.
Noutro exercício que tive de relegar para o fim, quando já estava farto de procurar por uma porcaria de um puxador que encaixasse no estupor do cabo, o senhor do lado vira-se para mim: Então não consegue? Não, isto não encaixa! Não se preocupe, eu vou já acabar e faz o seu exercício aqui. Olha, tanta simpatia numa tarde só.
Por fim, estava eu a tentar rebater um banco num ângulo de 75 graus, como manda o livro (embora a foto seja a 45 graus – eu sei que são 45 graus porque estudei os ângulos para a trampa do exame) e o banco não se segurava. Era ele e eu que já não nos segurávamos nas canetas. Vem o vizinho do lado, dá-lhe uma marretada e já está. Obrigado.
Finda a primeira série, experimento avacalhar, coisa que nunca se deve fazer, e rebater o bando como está na fotografia e não como manda o texto. Deve ser um erro tipográfico, em vez de 45 graus escreveram 75. Mas não, porque vem outro senhor e põe o banco outra vez nos 75 graus e até me ajuda a colocar na posição indicada para o exercício. Que não é a que vem no livro, mas eu achei melhor guardar isto para mim, que não se pode desfazer na simpatia alheia.
Neste ginásio, já tinha visto algumas pessoas ajudarem outras mas nunca ninguém me tinha ajudado a fazer coisa alguma. E dado que não fiz exercício nenhum de maneira diferente do que faço sempre, porque faço sempre como manda o livro, só poder ser do cabelo. O corte do Bieber gera simpatia.
Hoje, quando estava a almoçar, em contagem decrescente para a aula de holandês, uns estagiários ao meu lado diziam que é preciso pouco para fazer uma pessoa desconhecida sentir-se bem, é só tratá-la com simpatia. Concordo.
Beijinhos e boa semana.

quinta-feira, 10 de março de 2011

A distraída

Ontem à tarde a chefe recebe um e-mail pedindo publicações e outro material promocional. A secretária pergunta-me quem é responsável por esta área. Eu ofereço-me para ajudar: reencaminha-me o e-mail que eu respondo.
Hoje eu respondo ao cliente com a chefe em cópia. Seis minutos depois, a chefe reencaminha o e-mail do cliente para toda a equipa pedindo que entremos em contacto com o cliente para lhe dar informações sobre o dito material…. Preciso de fazer comentários?
Esperem, há mais. Há três anos que estamos a trabalhar neste projecto.
Há três anos que produzimos material de promoção e há três anos que o disponibilizamos, mas cabe a cada cliente imprimi-lo à medida das suas necessidades. Há três anos que o material está disponível em múltiplos formatos, de modo a que os clientes possam alterar o conteúdo, adicionar fumagens, retirar, adaptar, redimensionar, e outras mais coisas terminadas em “ar”. Há três anos que escrevemos documentos, respondemos a perguntas e repetimos que disponibilizamos o material mas não imprimimos a pedido. Há três anos que a chefe é a mesma….



segunda-feira, 7 de março de 2011

Em holandês nos entendemos

Amigos,
Tenho várias coisas para vos contar. Comecei a aprender holandês há exactamente uma semana. Tive duas aulas na semana passada e hoje tive a terceira.
Comparado com isto, o curso de francês que acabei há pouco tempo parece uma brincadeira de crianças. O ritmo é muito mais intensivo - duas aulas por semana à razão de uma hora e cinquenta cada. E bem medidas. Cá nada de começar atrasado nem acabar antes da hora. Nem risota nem palhaçada nem converseta. Só aprender. O professor ensina, imediatamente distribui folhas e com exercícios e põe a malta a fazê-los. A colocar questões uns aos outros, que é para ver se estão atentos. De facto, é preciso ter muita atenção. Perde-se uma palavra e já é o desnorte completo. Pelo menos na minha cabecinha. E não há comando remoto para carregar no botão de "rewind"....
Agora digam-me lá: como é que eu hei-de aprender esta língua? Como? Se, para começo, a pronúncia é um quebra-cabeças! Ora vejam como eles pronunciam o "G"...
http://nt2taalmenu.nl/klanken/inhoudklank.htm





PS - Fiz uma moussaca fantástica, amanhã se tiver tempo mostro a fotografia... Beijinhos e boa semana!