quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Os cromos




Hoje a aula de holandês parecia uma emissão do Big Brother. Ou da Casa dos Segredos. Um verdadeiro desfile de cromos.
Às tantas pensei se os colegas tinham chegado de Marte mesmo a tempo da lição. Mas como não descobri onde tinham estacionado o foguetão, coloquei antes a hipótese de padecerem de algum bloqueio mental momentâneo, talvez por conta do apagão de ontem à tarde na zona das instituições. Finalmente compreendi que tinham pura e simplesmente deixado os parafusos em casa, de modo que o Tico e o Teco lá se remediavam como podiam. Não muito bem, claro, como verão.
Por exemplo: 
Uma não sabe a diferença entre um cartão de débito normal e o porta-moedas Multibanco, que em Portugal se abandonou à nascença mas aqui continua uma instituição. Após quatro tentativas de explicação, ela continua a encolher os ombros em resposta. Não diz nada, só encolhe os ombros.
A outra não percebe a pergunta “Onde podes usar o porta-moedas Multibanco?”. Ok, é lenta. Após duas tentativas, ela murmura um “hummm” muito inseguro. Hum, está distraída. À terceira: “Mas onde é que posso usar? Como assim usar?” Neste momento rotula-a de burra, porque a tolerância à estupidez tem limites e eu estou ao lado dela e estas ultrapassagens à margem da lei estão-me a tirar do sério.
O outro não percebe a instrução: “Que palavras devem estar juntas?” Estilo uma aula dura uma hora, um café é uma bebida, etc. Há duas colunas, na primeira as palavras e na segunda a sua definição. Deve-se fazer corresponder a palavra à definição. Ele tenta definir a palavra pelas suas próprias palavras. Há gente que gosta de se esforçar. A definição está na segunda coluna, explica a professora. Segunda coluna? Mas… Ele tem o livro à frente. Estás a perceber?, insiste a professora. Nem por isso…
O que vale é isto ser depois do café…

Fiquem com a "Sua Estupidez" do Roberto Carlos, que sempre se houve com agrado...