domingo, 6 de julho de 2008

Mamma Mia!

O prometido é devido e, assim sendo, vamos lá dar conta do que é um dia de compras por Bruxelas!
Excepcionalmente, mas mesmo muito excepcionalmente, e contrariando o que tinha prometido a mim mesmo desde que comecei a estudar para os exames, coloquei o despertador para as dez horas da manhã. O que significa que às onze já estava alimentado e devidamente pronto para uma jornada de shopping com partida no meu bairro e destino na Rue Neuve, que é uma das principais ruas de compras de Bruxelas e a minha preferida, porque tem lojas daquelas em que podemos comprar em vez de ficarmos a olhar para a montra e a pensar que, qualquer crise qual quê, o mundo está é cheio de gente rica que compra fatos de 800 euros e sapatos de 500, como aquelas tontinhas do Sexo e a Cidade. E foi precisamente numa loja onde só há - só mesmo - o que as ditas cujas adoram, roupas de marca, que comecei. Mas, contrariamente ao que acontece com a Carrie e companhia, não era uma loja podre de chique, é um grande outlet que vende roupa, sapatos e acessórios a preços verdadeiramente inacreditáveis. Ainda por cima, tem a enorme vantagem de também fazer saldos, por isso tudo é ainda mais barato do que costuma ser. Assim se adquiriu uma estupenda camisa branca cheia de estampados nas costas, cinzentos e pretos, daquelas que os teenagers usam muito e eu já não tenho idade para usar, mas isso agora não interessa nada. O que interessa é que, depois de sair da loja da roupa, entrei na dos sapatos - sim, porque o dito outlet ocupa praticamente um quarteirão inteiro, de ambos os lados. E de lá saí com uns elegantes sapatos de pele castanha, de atacadores que sempre são mais socialmente correctos, e que estavam marcados a 42 euros. Ora agora digam-me lá onde é que em Lisboa se compram sapatos de homem a este preço? Só mesmo na feira (a ter em conta, mas ouvi dizer que a de Cascais já não existe, uma pena) ou naquelas lojas pirosas qb em que os sapatos parecem de plástico. Mas há mais: não é que chego à caixa e me cobram menos de 30 euros por conta dos saldos?
Tempo para deixar estas compras a descansar em casa, um almoço rápido e agora direito à tal Rue Neuve. Entretanto, a cantiga do costume: era tudo muito bonito, e estava tão bom tempo e eu estava tão feliz e com roupa tão fresca quando começa a chover torrencialmente, porque nesta terra é assim, têm-se várias estações por dia, enfim deve ser um clima muito à frente. Lá consegui chegar molhado mas inteiro à dita rua para comprar a peça mais adequada neste contexto: uma gabardine de Verão, coisa que nunca tive nem achei que me fizesse falta, mas agora que vivo numa cidade onde o tempo muda num abrir e fechar de olhos, lá teve de ser. Já agora aproveitou-se para adicionar uma camisa para substituir uma das minhas favoritas, proveniente precisamente da feira de Cascais e que já cumpriu a sua missão. Faltava agora o quê? Pois comprar qualquer coisa para a casa, sobretudo aquela coisa que eu adoro ao fim de semana e da qual tenho estado privado desde que cheguei aqui: uma magnífica torradeira! Da marca mais branca que havia, tão branca tão branca que a própria torradeira é branca, como podem ver na imagem.


Eu não vos disse? Branca e muito barata, estilo Lidl, com a diferença de que a loja não cheirava mal nem era preciso revolver em montes para encontrar aquele artigo que tem o preço pendurado algures lá em cima e até faz parte do folheto semanal mas não há maneira de dar com ele. Acrescente-se que a loja também não estava tão cheia como o Lidl costuma estar, mas isso é mesmo específico da loja porque todas as outras que visitei não estavam cheias: estavam atulhadas! O outlet tinha filas intermináveis para pagar - coisa demorada em si mesma, porque, à excepção deste vosso amigo, não havia ninguém que não levasse pelo menos quatro peças de roupa e duas caixas de sapatos. O centro comercial idem de cheio, tipo metro na hora de ponta, não havia era pessoal com montes de coisas para pagar, vá-se lá saber por quê... será por causa dos preços? E uma loja de roupa para homem da qual gosto particularmente, a Celio, estava transformada numa espécie de Bershka misturada com a feira de Benfica - para ver o que quer que fosse, era preciso revolver em montanhas de roupa da altura dos Himalaias. O que interessa é que voltei a casa armado com a minha novíssima torradeira que resistiu à primeira utilização e se portou lindamente. Voltei mas não sem antes passar novamente pelo outlet... o tal onde tinha começado... para arrematar este estupendo par de ténis da Strelli que podem ver no topo da mensagem. Que me dizem? Ok, mudemos de assunto que isto está a parecer o Sexo e a Cidade em versão masculina e eu nem sequer achei grande piada ao filme.
Falando de filmes, como agora já não tenho obrigações de voltar a casa àquela hora para estudar, nem de me levantar cedo para fazer trabalhos, achei que precisava de descansar desta fatigante actividade e aceitei o convite de uma amiga para ir ao cinema e depois... ao karaoke! Vimos In Bruges, uma suposta história de gangsters realizada por Martin McDonagh com o Colin Farrell, que mais valia lá não estar, e o Brendan Gleeson. Nada que vos recomende: tudo gira à volta de dois mercenários que chegam a Brugges, um gosta e o outro odeia, e têm problemas de consciência com o seu passado de assassinos, e dizem mal da Bélgica e de Brugges em especial. E não se sai daqui. Há algumas passagens divertidas, em que se vê aquela Bélgica menos simpática que já descrevi neste blogue, mas da crítica passa-se rapidamente ao exagero e acaba-se no mau gosto. A única coisa que se consegue reter de quase duas horas de filme é a expressão «f...... Brugges», que era a única maneira como os protagonistas se referiam à cidade. Por acaso, a plateia ria-se a bom rir e eu fiquei na dúvida se seríamos todos estrangeiros ou se haveria alguns belgas a assistir - se assim é, tire-se-lhes o chapéu pela abertura de espírito, porque se nota desde o início que o realizador odeia Brugges e nunca se percebe por quê. Afinal é uma cidade tão bonita!
E do cinema fomos direitos ao bar de karaoke. Amiga Carol, escusas de perguntar se era semelhante ao da nossa Noite das Bruxas porque não tinha nada a ver: era um bar mínimo e apertado, ainda por cima fechado a sete chaves e inundado por um potente cheiro a tabaco - aquele que felizmente já não encontramos em Portugal. Mas, após esta primeira impressão, descobri que era um sítio do mais familiar, toda a gente se conhecia, toda a gente se despedia dos outros na hora de sair (até nos incluíram nas despedidas) e toda a gente... cantava bem. Ora aqui a porca torce o rabo, porque a graça do karaoke é haver imensa malta que canta mal e assim uma pessoa já não se sente envergonhada. Sobretudo quando já interrompi as minhas aulas de canto há meio ano! Mas era realmente só eu quem ficaria mais à vontade, porque a minha amiga foi vê-la agarrar no microfone e vai disto. Eu, para não ficar atrás, resolvi que o melhor era fazermos um dueto: Mamma Mia! Não me perguntem como, mas pusemos o pessoal todo de pé e a dançar...
E como não quero que vos falte nada, aqui fica a dita canção, vinda directamente do filme com o mesmo nome e que é uma adaptação do musical que já passou por Portugal. Apesar de já o ter visto em teatro, estou cheio de curiosidade de ver a versão filmada. E adivinhem lá quem dá voz a esta canção? Nada mais nada menos do que a incomparável Meryl Streep! Cliquem na imagem e liguem o som... Mamma mia, here we go again!!

3 comentários:

Anónimo disse...

Delicio-me a ler o teu dia cheio de felicidade; comprinhas, divertimmeto, espero que também tenha havido um jantarinho que faz parte dos teus momentos de felicidade.
Os tenes são lindos, mas não falas-te do preço.
A torradeira é alva de neve, um pouco gorda para o espaço que lhe é reservado.
Continua a dar-nos conta da tua felicidade, qualquer dia Bruxelas já é tão bonita quanto Lisboa.
Beijinhos

Anónimo disse...

Ehehe Gostei! Como tive todo o dia fechada em casa (sim, ainda não passei da fase dos trabalhos para o mestrado) sabe bem ver que há pessoas com vidas normais :-) Bom inicio de semana!
Beijinhos!
Rita
P.S. A última vez que fui à feira de cascais foi no verão do ano passado... Já não tem o mesmo encanto não... parece um galinheiro (está rodeada de rede) e vi malas (sim lindas de morrer e de pele) a 150 euros... HUmm e esta hein?

Fátima Brás disse...

Olá Pedrinho. Delicio-me a ler o seu blogue. Estou sempre a imaginar as expressões de Felicidade porque o que escreve demonstram isso mesmo. Estou a ver que está já adaptado a essa nova vida. Ainda bem porque assim é mais fácil de passar o tempo. Continue assim FELIZ. Um beijo amigo da Fátima Bras