quinta-feira, 31 de julho de 2008
O senhor no ano que vem terá 30 anos...
domingo, 27 de julho de 2008
Finalmente o Verão!
Como efectivamente o bom tempo não é o forte de Bruxelas, de cada vez que o sol espreita com maior intensidade, as esplanadas nascem como cogumelos e o pessoal ruma para os parques e jardins como quem vai para a praia. Digo-vos eu que vi: pessoal em fato de banho e deitado na relva por cima da toalha, da mesma forma que nós pomos a toalha de praia sobre a areia. Só faltava o mar do Algarve ou o rio da nossa Lisboa, mas quem não tem cão caça com gato, por isso inventaram uma espécie de praia artificial chamada Bruxelles les Bains, que inclui bancos de areia, esplanadas da Provença (diz a publicidade, eu não sei que não fui lá verificar, mas esta é mesmo muito boa), palmeiras tropicais e um ambiente digno de Copacabana no seu melhor. Reservo as minhas dúvidas sobre a semelhança com a belíssima paria de Copacabana, mas a iniciativa é de saudar: afinal procura-se oferecer a uma cidade um cheirinho daquilo que, por conta da geografia, nunca poderá ter - praia!
As fotografias, como já sabem, foram tiradas com o telemóvel e, como tal, não serão da melhor qualidade, mas dá para ver que, sim senhor, o parque é realmente espaçoso e lá está o pessoal espojado sobre a relva. Ao fundo avista-se um arco do triunfo, que celebra os 50 anos da independência da Bélgica, aliás, que pretendia celebrar os 50 anos da independência da Bélgica em 1880. Mas, claro, do querer ao fazer vai uma grande distância, ainda por cima recordem-se de que apesar de estarmos no século XIX, mas continuamos na Bélgica. Vamos lá pôr isto em pratos limpos. Originalmente, a intenção até era boa: o rei Leopoldo II queria organizar uma exposição internacional em Bruxelas em 1880 para comemorar o 50.º aniversário da independência. Aproveitando que a colónia do Congo lhe fornecia uns trocos jeitosos, decidiu usar parte da fortuna para renovar Bruxelas e torná-la uma cidade imponente à imagem das grandes capitais europeias, mostrando ao mesmo tempo a prosperidade da Bélgica e a vontade de reencontrar o seu lugar entre as mais importantes nações da Europa. O monumento em si pretende simbolizar o passado glorioso de Bruxelas. Até aqui estava tudo bem. O problema é que, no século XIX, o rei nunca poderia ter ouvido falar da Casa da Música. Nem das obras do metro no Terreiro do Paço. Muito menos da Ponte Europa, que teve uma derrapagem orçamental tão grande que até já nem se chama Europa. Desconhecia, pois, o enorme manancial de conhecimento que Portugal tem para partilhar em matéria de obras que incomodam toda a gente, resultam num inacreditável gasto de dinheiro e demoram uma eternidade - em suma, ignorava a fabulosa expressão «obras de Santa Engrácia». Ignorando estes factos, todos eles da maior relevância, o rei lá mandou erguer o arco, mas tal como a Casa da Música, a exposição de 1880 decorreu sem que o arco estivesse construído. Depois, para não parecer que é só de hoje, andou de candeias às avessas com o governo, que achava que o arco era um dispêndio colossal de dinheiro - ora este governo tinha olho. De modo que o dito cujo acabou por ser concluído apenas 25 anos depois, em 1905. Mas como os aniversários são coisas que tendem a repetir-se todos os anos (vá-se lá saber por quê), não é que o bom do arco ficou pronto mesmo a tempo da celebração dos 75 anos da independência? E até aposto que no fim acabaram todos felizes com uma enorme festarola cheia de fogo de artifício!
Depois de almoço, a visita foi ao Parque de Bruxelas, que tem uma localização privilegiada entre a Rue de la Loi, morada do Parlamento Nacional e da residência do Primeiro-Ministro, e a Place des Palais, onde se encontram o Palácio Real e o Palácio das Academias.
E passaram precisamente junto ao Parlamento Nacional, que podem ver na foto do canto superior direito e à entrada deste parque, que é verdadeiramente encantador com este repuxo enorme e refrescante. Tão encantador que até tem um teatro!
Hoje despeço-me deixando aqui ao lado um vídeo que no outro dia me enviaram por e-mail e que não quis deixar de partilhar convosco. Fui ao YouTube e lá dei com ele: é a incomparável e saudosa Ivone Silva às voltas com o cubo mágico!
Até breve!
domingo, 20 de julho de 2008
A boda
quinta-feira, 17 de julho de 2008
Temporal
domingo, 13 de julho de 2008
Dentro do átomo...
Deu-me agora para aproveitar os fins-de-semana para conhecer melhor a cidade, como se fosse um turista, de mapa na mão e tudo, só que com residência fixa. E decidi começar precisamente pelo Atomium, uma estrutura de 102 metros de altura, concebida pelo arquitecto André Waterkeyn para a Exposição Universal de Bruxelas em 1958. O Atomium representa um átomo de ferro ampliado 165 000 milhões de vezes e é composto por nove esferas de aço com 18 metros de diâmetro, ligadas entre si por tubos, dando a ideia de um cubo. Se ficaram mais ou menos na mesma com esta descrição, pois nada como olhar para o canto superior direito para ficarem a saber do que estou a falar. O Atomium situa-se na zona de Heysel, próximo do Palácio de Laeken (onde vive o rei... olhem lá se ele quis morar em Bruxelas), que foi requalificada para receber a exposição de 1935 e que, 23 anos, depois voltou a receber uma exposição de nível internacional, desta feita com mais 50 hectares à disposição de 40 milhões de visitantes, o dobro da anterior mostra. Esta da requalificação faz-me lembrar a Expo, que abriu faz agora dez anos, e que também implicou requalificações e renovações e reabilitações e outros termos modernos que os nossos políticos adoram. O certo é que o dito Atomium era para ir abaixo com o resto da exposição mas, tal como o nosso Padrão dos Descobrimentos anos antes, conseguiu sobreviver e tornou-se num dos maiores ícones de Bruxelas.
De 1958 até hoje muita coisa mudou em Heysel e o Atomium não ficou sozinho. Em seu torno surgiram o centro de congressos EXPO (à esquerda), um estádio de futebol (inevitável), o Kinepolis (um gigantesco complexo com mais de vinte salas de cinema, que podem ver na fotografia do centro, é uma coisa branca) e o Bruparck (à direita). Esta parque integra uma vilazinha a imitar Bruxelas, com restaurantes e carrosséis, a Mini-Europa, que apresenta miniaturas dos principais monumentos europeus, e o Océade, que é um recinto de escorregas aquáticos. Dizem na publicidade que à temperatura permanente de 28 graus...
Por acaso, logo neste dia em que decidi visitar o Atomium, algo de extraordinário se passava. Como podem ver na imagem abaixo, a coisa é alta. Alta. Tem 102 metros de altura. 102 metros. Então não é que deu a uns malucos para se atirarem lá de cima, presos por dois cabos e aterrarem mesmo em frente do Atomium? Pois isto é que é coragem e isto deve ser adrenalina, quase me deu vontade de fazer a mesma coisa! Estão a ver um pontinho preto no meio das nuvens na fotografia da direita? É precisamente um dos saltadores, não consegui fotografar mais de perto, mas aqui fica o registo.
De volta a Bruxelas, decidi que também estava a precisar de alguma acção, mas contento-me com a do grande ecrã. Por isso, fui ver o quarto Indiana Jones, um filme cheio de aventura à boa maneira dos capítulos anteriores. O final é um tanto quanto dispensável, mas prefiro não comentar para não estragar a surpresa de quem ainda não viu. Vão ver, que eu recomendo!
Um cheirinho de Lisboa... em Bruxelas
segunda-feira, 7 de julho de 2008
Passei!
domingo, 6 de julho de 2008
Mamma Mia!
Eu não vos disse? Branca e muito barata, estilo Lidl, com a diferença de que a loja não cheirava mal nem era preciso revolver em montes para encontrar aquele artigo que tem o preço pendurado algures lá em cima e até faz parte do folheto semanal mas não há maneira de dar com ele. Acrescente-se que a loja também não estava tão cheia como o Lidl costuma estar, mas isso é mesmo específico da loja porque todas as outras que visitei não estavam cheias: estavam atulhadas! O outlet tinha filas intermináveis para pagar - coisa demorada em si mesma, porque, à excepção deste vosso amigo, não havia ninguém que não levasse pelo menos quatro peças de roupa e duas caixas de sapatos. O centro comercial idem de cheio, tipo metro na hora de ponta, não havia era pessoal com montes de coisas para pagar, vá-se lá saber por quê... será por causa dos preços? E uma loja de roupa para homem da qual gosto particularmente, a Celio, estava transformada numa espécie de Bershka misturada com a feira de Benfica - para ver o que quer que fosse, era preciso revolver em montanhas de roupa da altura dos Himalaias. O que interessa é que voltei a casa armado com a minha novíssima torradeira que resistiu à primeira utilização e se portou lindamente. Voltei mas não sem antes passar novamente pelo outlet... o tal onde tinha começado... para arrematar este estupendo par de ténis da Strelli que podem ver no topo da mensagem. Que me dizem? Ok, mudemos de assunto que isto está a parecer o Sexo e a Cidade em versão masculina e eu nem sequer achei grande piada ao filme.
Falando de filmes, como agora já não tenho obrigações de voltar a casa àquela hora para estudar, nem de me levantar cedo para fazer trabalhos, achei que precisava de descansar desta fatigante actividade e aceitei o convite de uma amiga para ir ao cinema e depois... ao karaoke! Vimos In Bruges, uma suposta história de gangsters realizada por Martin McDonagh com o Colin Farrell, que mais valia lá não estar, e o Brendan Gleeson. Nada que vos recomende: tudo gira à volta de dois mercenários que chegam a Brugges, um gosta e o outro odeia, e têm problemas de consciência com o seu passado de assassinos, e dizem mal da Bélgica e de Brugges em especial. E não se sai daqui. Há algumas passagens divertidas, em que se vê aquela Bélgica menos simpática que já descrevi neste blogue, mas da crítica passa-se rapidamente ao exagero e acaba-se no mau gosto. A única coisa que se consegue reter de quase duas horas de filme é a expressão «f...... Brugges», que era a única maneira como os protagonistas se referiam à cidade. Por acaso, a plateia ria-se a bom rir e eu fiquei na dúvida se seríamos todos estrangeiros ou se haveria alguns belgas a assistir - se assim é, tire-se-lhes o chapéu pela abertura de espírito, porque se nota desde o início que o realizador odeia Brugges e nunca se percebe por quê. Afinal é uma cidade tão bonita!
E do cinema fomos direitos ao bar de karaoke. Amiga Carol, escusas de perguntar se era semelhante ao da nossa Noite das Bruxas porque não tinha nada a ver: era um bar mínimo e apertado, ainda por cima fechado a sete chaves e inundado por um potente cheiro a tabaco - aquele que felizmente já não encontramos em Portugal. Mas, após esta primeira impressão, descobri que era um sítio do mais familiar, toda a gente se conhecia, toda a gente se despedia dos outros na hora de sair (até nos incluíram nas despedidas) e toda a gente... cantava bem. Ora aqui a porca torce o rabo, porque a graça do karaoke é haver imensa malta que canta mal e assim uma pessoa já não se sente envergonhada. Sobretudo quando já interrompi as minhas aulas de canto há meio ano! Mas era realmente só eu quem ficaria mais à vontade, porque a minha amiga foi vê-la agarrar no microfone e vai disto. Eu, para não ficar atrás, resolvi que o melhor era fazermos um dueto: Mamma Mia! Não me perguntem como, mas pusemos o pessoal todo de pé e a dançar...
E como não quero que vos falte nada, aqui fica a dita canção, vinda directamente do filme com o mesmo nome e que é uma adaptação do musical que já passou por Portugal. Apesar de já o ter visto em teatro, estou cheio de curiosidade de ver a versão filmada. E adivinhem lá quem dá voz a esta canção? Nada mais nada menos do que a incomparável Meryl Streep! Cliquem na imagem e liguem o som... Mamma mia, here we go again!!
sexta-feira, 4 de julho de 2008
A outra Bélgica
Neste intervalo de quase três semanas, muito se passou por aqui para além do que vos contei ontem, incluindo algumas peripécias que me fizeram ver o outro lado da Bélgica, aquele que ainda pouco descrevi neste cantinho. As pessoas simpáticas e prestáveis, que nos atendem sem tentar expulsar-nos da loja simultaneamente, a gastronomia de excelência (ups, acho que disto já falei) a preços acessíveis, a vida nocturna animada e cosmopolita, as zonas comerciais diversificadas e irresistíveis.