sábado, 10 de maio de 2008

Em directo de Portugal


Hoje escrevo-vos deste nosso magnífico rectângulo à beira-mar plantado que se chama Portugal. Cheguei Sexta à noite, aproveitando o Dia da Europa que
ontem se comemorou e outro feriado que muito oportunamente coincide com a próxima Segunda. Assim sendo, lá fiz a mala e cá vim ao encontro da minha família, dos meus amigos e desta cidade sempre enconcantadora que é Lisboa. Não sei quem disse que Lisboa tem uma luz única, já ouvi isto centenas de vezes mas deve ser daqueles ditos populares que só os mais eruditos sabem ao certo como nasceram. Mas o que é certo é que anteontem estava no avião, a descer sobre Lisboa, a olhar o Tejo da altitude, a apreciar o sol brilhando sobre as colinas, e imediatamente concordei com o desconhecido autor da tal frase. Lisboa é realmente única, como logo no início deste blogue escrevia e com inteira razão a Margarida.
Depois, o avião aterrou e a beleza esmoreceu instantaneamente. Chegámos pontualmente, mas acabámos retidos no avião porque a Groundforce não encostou as escadas junto ao dito cujo para os passageitos desembarcarem, assim avisou um dos tripulantes passado um quarto de hora. Quando finalmente chegaram as escadas e desembarcámos rumo à sala de recolha das bagagens, a beleza que já tinha esmorecido foi quase liquidada pela lentidão indescritível de quem quer que traz as malas do avião para a passadeira: não sei se é a tal Groundforce que não encosta as escadas ou se é outra qualquer com idênticos problemas de desempenho, o que sei é que estivémos 50 minutos bem contadinhos à espera que as bagagens aparecessem na passadeira! No meio desta espera que desespera, lembrei-me de que na Bélgica, onde tantas coisas parecem não funcionar, a entrega das bagagens é uma limpeza: os passageiros chegam à sala de recolha e as ditas chegam quase ao mesmo tempo. E, ao contrário de Lisboa, o aeroporto de Bruxelas não parece um estaleiro permanente onde as obras nunca terminam e os passageiros se acotovelam e os acompanhaantes não podem entrar na zona de check-in...
Adiante, pois o propósito desta mensagem era, como prometido, mostrar-vos as fotografias de Colónia.





E cá estão, começando pela Catedral, onde se sobem 502 degraus (leram bem, não precisam de voltar atrás!) para depois se contemplar uma vista magnífica através de uma rede tão densa e estreita que mal lá cabem os nossos olhos, quanto mais a máquina fotográfica. Devem ter medo que alguém se suicide, de modo que envolveram o terraço panorâmico numa rede tão estreita que só uma formiga se pode atirar lá de cima e mesmo assim tem de ser flexível e magrinha senão nada feito. Em compensação, a própria Catedral é majestosa por si só, por dentro e por fora, como as fotografias demonstram. Pena que celebrem missa constantemente, se mais horas houvesse mais missas eles diziam, porque nessa altura não se pode visitar o templo e assim ficámos sem ver as relíquias dos Reis Magos. Além da beleza da Catedral, o espaço circundante é uma ampla e animada zona pedonal repleta de lojas, mesmo à beira rio.



E, como se os sentidos ainda não estivessem suficientemente apurados pela beleza da paisagem, no final do passeio marítimo há uma instituição (merece inteiramente a designação) chamada Museu do Chocolate. Trata-se de um espectacular edifício de três pisos em forma de navio, onde se vê toda a história e processo de fabrico do chocolate, desde uma estufa tropical que recria as plantações até uma moderna cozinha onde o dito cujo é cozinhado, separado e embalado.




Uma verdadeira preciosidade este museu! Vai um quadradinho de chocolate? Cá para mim foi logo uma tablete quase inteira, de um chocolate estupendo recheado de frutos do bosque... escusam de perguntar, esqueci a tabela das calorias no momento em que abri a tablete! E, mais, ainda lá voltei para uma fatia de bolo... inevitavelmente também de chocolate!





Coincidiu a nossa visita com o 1.º de Maio, de modo que no centro da cidade havia uma enorme festança com comes e bebes e música popular e a malta toda na rua de cerveja na mão, em alregre confraternização.





Terminada a visita, que melhor maneira de nos depedirmos de Colónia senão com uns deliciosos cachorros quentes alemães comidos mesmo à beira do Reno? Com salada de batata e tudo?




Antes do adeus, ainda tivémos oportunidade de visitar a Filarmónica da cidade, que é sem dúvida digna de registo, pena não poder aqui reproduzir o registo fotográfico, que ficou demasiado escuro. É um anfiteatro colossal em forma de cone, ou seja, de todos os sítos se vê o palco que está no nível mais baixo. Uma espécie de sala principal da Gulbenkian, mas de arquitectura diferente e com o quintuplo da capacidade. Tem umas cadeiras hiperconfortáveis, que acompanham as costas (quem tem dores nas costas certamente me compreende) e nesse dia estava aberta às crianças, por isso havia um concerto e actividades especiais a penar nos mais pequenos. A dinâmica cultural alemã no seu melhor!





Assim dissémos adeus a esta cidade, na certeza de que merece uma visita mais demorada (leia-se fim de semana de compras), e partimos em direcção a Gemünd, um lugarejo perdido na Alemanha profunda, porque no dia seguinte seguíamos para Aachen, mas apenas conseguimos encontrar hotel neste local escondido no meio do nada. E para lá chegar quem andou perdido de todo fomos nós, mas disso vos contarei na próxima mensagem! É mais uma daquelas hitórias do arco da velha...

1 comentário:

Anónimo disse...

O tempo em Portugal parece-te tão pouco que até reduzis-te um dia a estada em Portugal. Chegas-te na quinta-feira.