quinta-feira, 17 de abril de 2008

Da eficiência

Faz favor de não começarem a pensar que, de um momento para o outro, tudo passou a funcionar com imensa eficiência nesta terra. Não foi essa a inspiração para o título...
Ainda não me esqueci de que esperei séculos por um descodificador para a televisão, que agora deve ter um problema de sinal porque mostra as pessoas aos quadrados, nem que sou sistematicamente mal atendido nas lojas de roupa, nem a saga infindável da recolha do lixo. A propósito, ontem à sacramental hora das seis da tarde lá estava a bela da camioneta a recolher os sacos que enfeitavam a rua desde a tarde anterior (não a tarde desse mesmo dia, era mesmo do dia anterior), como não poderia deixar de ser. Nada disso mudou. Também ainda ninguém tomou a sábia decisão de fazer qualquer coisa para purificar a água canalizada, porque, ao contrário do que eu e provavelmente muitos de vocês imaginariam, aqui não se pode beber água da torneira, sob pena de o calcário provocar pedras nos rins, além de dar conta da pele, das torneiras e dos canos. Tudo isto faz com que, obviamente, o anti-calcário seja um verdadeiro negócio da China!
Escolhi este título para a mensagem, porque hoje de manhã me foram trocar o teclado e finalmente consigo escrever praticamente como no meu próprio computador. Isto é eficiência. Eu pedi ontem à tarde, mandei um mail para o endereço que me indicaram e hoje aparece o dito teclado. Da mesma forma que hoje quando cheguei às novas instalações a casa de banho dos homens já funcionava. Por acaso, não havia essa coisa tão útil numa casa de banho que é sabão, mas, pensando bem, se calhar é para o nosso bem, porque, como toda a gente sabe, isto de lavar as mãos sistematicamente desgasta a pele que se farta, ainda por cima com água que está atafulhada de calcário. Mas de volta ao teclado, fiquei mesmo surpreendido. Se fosse nalguns sítios onde trabalhei antes, nem daqui por semanas havia teclado, aliás, para começo de conversa nem sequer me disponibilizavam outro, era estilo olha se estás mal muda-te, que o teclado fica onde está. Veio-me agora à memória um dos meus anteriores trabalhos, horrível por sinal (e mais não preciso dizer porque já todos sabem a que me refiro), onde estive três dias sem computador e cada vez que explicava que era fundamental para trabalhar (coisa que aliás dispensava explicação), me respondiam sempre que tivesse calma, logo viria. Provavelmente alguns de vocês (ou muitos até) já tiveram experiências semelhantes, por isso acho que compreendem por que é que uma coisa tão simples, tão pequena e aparentemente sem importância é digna de registo. Ah, e antes que me esqueça, a vista é mesmo linda... Já vos tinha contado?

1 comentário:

Anónimo disse...

O que vale é que vais tendo a vista para te animar. Eu olho para a frente e vejo cabeças com phones e parede. Se olhar para trás, lá estão novamente cabeças e, sim, mais phones e parede. Minto. Na esquina da parede há uma saída de emergência e, com algum esforço, consigo perceber se está sol ou a chover....
O que interessa o calor, a avaria do ar condicionado, com uma vista...
Como te percebo. E quanto ao teclado, tu tinhas um AZERT e agora tens um QWERT. Perguntas-te tu como sei isto? Aulas de informática.... E são apenas as primeniras letras do teclados. Quem lhes deu o nome tev muita imaginação, não?!
Essa coisa do lixo é que não deve ter piada nenhuma... Faço ideia o cheiro.... E eu que me queixo quando a minha vizinha deixa o dela à porta uma tarde.... Vou passar a ser mais simpática.

Bj
Patrícia Cracel