quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Há dias assim - 2

Eu julgava que já me tinha acontecido tudo o que tinha a acontecer na tarde de ontem. Mas enganei-me. De onde veio tanto disparate havia mais.
Venho para casa, banho, mais Bon Jovi – alto e bom som - e jantar. (Ainda o assado, que entretanto foi hibernar para o congelador). Eis senão quando a minha tia me diz que ninguém atende do meu telemóvel. Não? Pois como é que hei-de atender se não toca? A propósito, que é feito dele? Vou ligar para mim. Ah, não o ouço. Não o tenho. Perdi-o. A histeria instala-se. Procuro, não acho. Desespero. Calma, deve ter ficado no ginásio. Que se torna no primeiro ponto de passagem do dia seguinte. Mas não está lá. Ligo a meio do dia, porque me lembrei de que ficou lá. Mas não está. Histeria absoluta, vontade de bater nalguém, tentativa falhada de destruir uma parede. Telemóvel novo não estava nas minhas contas. Além de que contém todos os meus contactos de Bruxelas. Procuro um novo telemóvel, cancelo o velho. Interrompo a histeria para ir regar as plantas da Vanessa. Mais uma chamada para o ginásio. Nada feito. Estou à beira de enviar uma mensagem aos amigos para que me enviem os seus contactos – já mesmo a carregar no botão “Enviar” - quando me ligam do ginásio com música para os meus ouvidos. Uma alma caridosa guardou-o no seu cacifo para não ser roubado. Há gente boa neste mundo. Nossa Senhora de Antuérpia ouviu as minhas preces. Amo esta desconhecida que me guardou tão valiosa maquineta. Não sei quem é mas amo-a assim mesmo.
Claro que no caminho para recuperar o bicho, entro numa camioneta suburbana, que já apanhei duzentas e vinte vezes, e o motorista decide que o meu passe não serve. Serve há pelo menos meio ano. Mas não hoje. Hoje tenho de pagar bilhete. Dois euros. Paga e cala, se não vai a pé. “Laisse tomber”, o telemóvel está a salvo…

2 comentários:

Anónimo disse...

Há mesmo dias assim, mas também há sempre uma santinha que não deixa que o pior aconteça, já basta o susto. Quanndo não havia telemóveis, computadores, frigorificos, micro ondas, etc. a vida era um sossego. Beijinhos.

Margarida disse...

Por momentos temi q esse tlm tivesse tido o mesmo fim q uma certa chave do Hotel du Congrés teve... Caixote do lixo!!!

Em Bruxelas n me surpreenderia... Ainda bem q a tua história teve um final feliz. Com o QI desses Bruxelenses bem podes agradecer à Nossa Sra de Antuérpia!
Bjs, MG