sábado, 22 de novembro de 2008

Lar doce lar

Depois de cinco dias na nossa encantadora Lisboa, a Força do Destino está de volta e mais reforçada do que nunca… Até porque, bem vistas as coisas, daqui por um mês voltamos a fechar a loja e a embarcar para terras lusas!
Antes de mais, vamos fazer de conta que estamos nos Óscares, acabamos de ser agraciados pela Academia e subimos ao palco para agradecer: eu quero agradecer à minha família e aos meus amigos que me deram a honra da sua companhia ao longo dos últimos dias! Quero dedicar esta estatueta à minha querida família, porque não há palavras que descrevam a alegria que é estar convosco e o quão importantes são para mim. Bem hajam! Quero também partilhá-la com os meus amigos, alguns dos quais não via desde que iniciei a minha carreira internacional, e que tive o genuíno prazer de reencontrar – e de descobrir que os laços que nos unem não se desfazem apesar da distância física que nos separa.
Não é preciso estar aqui para saber que não há como a nossa casa. Todos o sabemos, mas é quando estamos longe dela que esta percepção mais se agudiza. E quando digo casa, estou a pensar nas várias casas que podemos ter. Em primeiro lugar e mais do que nunca, o meu maravilhoso apartamento, que é o sítio mais perfeito do planeta e agora se tornou na casa da Mãe, segundo a própria. Ali tudo está sempre impecável, tudo é confortável e há sempre espaço para tudo. A única coisa que não abundava quando cheguei era calor, mas o calor humano é sempre tanto que o resto não importa. Mas, além das nossas estimadas paredes, outra casa nos provoca saudades: a nossa querida Lisboa, onde o sol brilha, a chuva escasseia e toda a gente fala a nossa língua! É que esta cena de trabalhar num idioma que não é o nosso, viver num país onde se falam dois idiomas que também não são os nossos nem para lá caminham e conviver em idiomas que nos são igualmente estranhos dá conta da cabeça a qualquer um!
Porventura já se esqueceram mas nós estávamos nos Óscares, verdade? E o espectáculo não pode parar, porque tempo é dinheiro e ainda mais agora que estamos em época de crise. Assim, neste preciso instante, a orquestra começa a tocar, a Jodie Foster dá-me o braço para me levar para os bastidores e o comentador de serviço faz um breve resumo do que foram cinco dias em Portugal, enquanto o programa é interrompido para um intervalo publicitário.
Nestes cinco dias, tive direito a um magnífico jantar de aniversário antecipado, a um estupendo almoço de aniversário na véspera, a um belíssimo almoço de aniversário repleto de picanha e a um fabuloso jantar de aniversário duplo. Obrigado a todos os que estiveram presentes, telefonaram, mandaram sms e enviaram e-mails, foi óptimo saber que se lembraram deste vosso amigo. O jantar de aniversário foi duplo porque a Dulce, que também visita este blogue, assinalou uma data particularmente especial e, como tal, comemorámos a dobrar. Não digo qual porque a idade das senhoras não se diz, mas posso afiançar que para o ano que vem serei eu a comemorar uma idade memorável… 30 anos! Já viram como o tempo passa?
Para além destes felizes acontecimentos, também ocorreram algumas peripécias, começando e acabando no aeroporto, onde o avião até aterrou a horas (pasme-se!) mas esperei quase uma hora pela mala. No regresso, o dito cujo aeroporto tentou mesmo boicotar-me e devorou-me um cartão multibanco novinho em folha. Aliás, os multibancos não foram nada hospitaleiros durante esta estadia: então não é que outro deles me engoliu dinheiro e teve a lata de me dar um talão a dizer «depósito não efectuado»? Ainda por cima, era o presente da minha tia…. Que por acaso lê este blogue… mas já está tudo resolvido! Será que os multibancos estavam estão todos feitos uns com os outros? Será??!! Ah pois claro que estão! De repente, vem-me à memória a entrevista do Dias Loureiro à Judite de Sousa esta noite e agora é que eu percebo tudo. Os multibancos estão a conspirar contra o BPN, porque eles pensaram vender umas máquinas alternativas aos ditos cujos e eles agora estão-se a vingar. O pior é que me apanharam pelo meio, logo eu que não tenho nada a ver com o dito banco. Ou pensando bem, até tenho, eu e nós todos, porque é o nosso rico dinheirinho que vai tapar o buraco orçamental dos não sei quantos milhões de euros. E que história vem a ser esta do Banco Privado Português querer aproveitar as garantias do Estado ou o aval ou lá como é que se chama? Dizem que têm falta de liquidez… então mas eles não gerem grandes fortunas? Por este andar, eu também quero um aval ou uma garantia ou outra coisa qualquer que signifique carcanhol a vir na minha direcção. Para quê? Ó meus amigos, nem sequer perguntem: eu vivo na Bélgica, está um frio que não se pode e ainda me perguntam para quê?
Pois é… esqueci-me de falar no tempo. Aqui, ao contrário da nossa radiosa Lisboa, a temperatura é de um grau. E como nos avisa um sítio muito inteligente da Internet, é um grau que parece menos três. Consta mesmo que amanhã poderá nevar e que Domingo os ventos serão fortíssimos. Enfim, se este blogue for particularmente produtivo durante o fim-de-semana, escusam de se interrogar por quê!
A pedido de várias famílias, vou repor a Mamma Mia assim que puder. E deixo-vos também Esta Lisboa Que eu Amo - não a versão original da Simone, mas uma reinventada por uma tuna. Digam lá que não sou original!

1 comentário:

Anónimo disse...

Afinal a prenda não foi para o livro da Paula Bobone, nem para o disco do Zé Cabra, mas ia indo para o maneta. Beijinhos