quarta-feira, 1 de abril de 2009

A crise

A crise é uma coisa muito mal explicada. Eu não entendo rigorosamente nada de economia, mas, tal como a generalidade das pessoas no mundo inteiro, tenho feito um curso intensivo ao longo das últimas semanas. Leio tudo a que deito a mão sobre o assunto e vejo os noticiários belga, francês e português, mais os da CNN ao fim de semana se o corpo der ordem para acordar cedo.
Já sei que a actividade económica mundial vai decrescer pela primeira vez desde há anos, segundo o Fundo Monetário Internacional. Também aprendi que as tendências proteccionistas, diz o Jacques Delores, são uma machadada no mercado único. Já travei conhecimento com o Galbraith, que disse que os mercados se desligaram progressivamente da realidade para entrar numa espiral especulativa que explodiu com a crise de 1929. E até sei que o Keynes defendia o investimento público para pôr cobro ao despautério e o Roosevelt tratou de construir estradas e infra-estruturas afins para criar emprego e fazer crescer a economia.
O que eu ainda não percebi é como é que tudo isto começou e quem é que andou a fazer chichi fora do penico, para não dizer pior. E ainda estou para saber o que é que andaram a fazer o tal Fundo Monetário Internacional que faz previsões sobre a actividade económica agora que o caldo já se entornou. Já agora, também gostava que me explicassem para que serve a OCDE, que também faz previsões e tem uma lista negra dos paraísos fiscais. Ora onde é que estes dois amigos andavam há uns anos atrás? A fazer previsões não devia ser concerteza.
Primeiro, os políticos de todo o mundo puseram milhões nos bancos com os «bailouts» e planos afins. Esses milhões como não pode deixar de ser, vêm directamente dos nossos bolsos. Até fizeram o enorme favor de nos garantir os depósitos. Garantir os depósitos? Então mas como é que uma coisa que não tem risco nem gera grandes vantagens pode não estar garantida? Quer dizer, pomos lá o dinheiro, confiando que não correremos riscos porque não investimos em fundos nem em acções, mas depois só lhe vemos a cor por obséquio. Isto é, só o lá temos porque puseram o dos impostos no sítio onde estava o dos nossos depósitos. No fundo, é como dizia o meu amigo Zé: para o dinheiro estar nos bolsos de uns tem de faltar nos dos outros. Evidentemente, quem teve estas pródigas ideias só as teve ao retardador, porque quando o Lehmann Brothers faliu, ninguém se lembrou de lhe arranjar logo ali um «bailout» à maneira e dar o assunto por resolvido…

1 comentário:

Anónimo disse...

Queres um exemplo de crise ? um casal dois desempregados com dois filhos pequenos e várias dívidas para pagar...o amor e uma cabana não existem , o que existem é amigos como tu para tornar os nossos dias menos negros e nos fazerem rir e pensar, acreditar que poderá ser amanhã que o sol irá nascer também para nós , por isso sorri, na merda estamos todos e a sorrir é menos díficil e é bom feng shui.
Beijos Pedrocas
Mila B