terça-feira, 16 de dezembro de 2008

A aldeia da roupa branca

A Força do Destino já entrou em pleno na quadra festiva e toda ela se encheu de espírito natalício. Ao vosso lado esquerdo, a estupenda Mariah Carey canta uma melodia que eu dedico a todos os amigos leitores deste blogue: «All I Want for Christmas Is You». Logo por baixo, podem cantar com o Frank Sinatra o «Let It Snow», uma canção que não poderia ser mais apropriada para a ocasião, dado que me encontro ainda nesta cidade onde efectivamente neva a sério. E para acompanhar esta banda já tão animada, resolvi convidar o Michael Bolton para cantar o «White Christmas». Querem lá ver que ele aceitou mesmo e está em directo na Força do Destino? É que eu não quero mesmo que vos falte nada, por isso há mais…
Mas isso verão daqui a pouco. Entretanto, aproveito para vos contar mais umas cenas maradas destas que só acontecem na Bélgica, presumo que… não apenas comigo! Como certamente já se deram conta através de mensagens anteriores, muitas coisas aqui pura e simplesmente não existem. É o caso do centro comercial, de que já vos contei. Ou dos multibancos, como também já partilhei convosco. Parece muito? Desenganem-se! Exclusivamente para esta mensagem, eu compilei todo um rol de coisas absolutamente fundamentais que, pela minha experiência e pelos relatos de amigos, descobri que não há.
Calhou um destes dias aperceber-me de que alguns panos da louça estão a ficar encardidos. Não sei se estão bem a ver a coisa, sobretudo os meus amigos que não têm de lavar roupa. Eu explico: ocorre que por mais que se lave os ditos, eles estão sempre escurecidos. E o que se faz nesta situação? Põe-se os panos de molho em lixívia, verdade? Ocorre que eles são coloridos. Resolve-se já: põe-se em lixívia gentil, mais conhecida pela marca que a introduziu em Portugal e que aqui não refiro a menos que paguem! Até aqui estamos entendidos. O problema surge quando este vosso amigo procura a dita cuja no supermercado e não dá com ela. Vai a outro e depara-se-lhe o mesmo cenário. Vai a um terceiro e é a mesma cena. Posto isto, resolve esclarecer a questão com duas colegas habituadas à vida na Bélgica: «Queres o quê? Para pôr na roupa? Assim de repente, não estou a ver…» nem de repente nem com vagar, porque a tal lixívia aqui não existe… Felizmente, uma das ditas colegas pôs termo ao problema de imediato: «O meu marido trabalha numa empresa de detergentes e sempre que os miúdos sujam alguma coisa, é ele que me diz que detergente devo usar. Vou-lhe perguntar.». Dito e feito. Dois dias depois, estava-me a trazer um pacote de pó branco que lá remediou o caso.
Falando de roupa, que é daquelas coisas inevitáveis como os impostos, há outro artigo particularmente útil quando se trata de lavar roupa na máquina. Isto aplica-se particularmente aos homens, porque geralmente deixamos os colarinhos das camisas claras um bocadinho escuros. Nesses casos – este blogue agora está-se a tornar uma espécie de revista «Maria» –, borrifa-se a camisa com spray, enfia-se na máquina e ficamos todos felizes e contentes. Mas não aqui. Obviamente cá não se vende spray para tal efeito, o máximo que se arranja é a Wipp, um tubo com esponja na ponta que se esfrega abundantemente em colarinhos e afins e – este sim – faz as mesmas vezes do outro. Assim sendo, estaria tudo bem novamente não fosse faltar… continamos na próxima mensagem!
Entretanto, deixo-vos um pequeno filme com as decorações de Natal em Bruxelas. O filme é de produção doméstica, como imaginam, mas as decorações são particularmente bonitas. Toda a cidade está enfeitada. Nem a minha zona escapou!

1 comentário:

Anónimo disse...

Onde é que cá em Portugal se encontra esse fantástico Wipp? Trouxeram-me uma embalagem da Bélgica, e, realmente, faz maravilhas com as nódoas da roupa dos miúdos - para quem tem 3, é muita nódoa - e os colarinhos das camisas do marido. Mas não queria voltar a incomodar a senhora que me fez esse favor...