domingo, 25 de janeiro de 2009

Depois da neve

Como podem ver pela presente, sobrevivi às temperaturas negativas, à neve e à chuva e cá estou de volta à Força do Destino. Desde o início do mês, o tempo melhorou substancialmente e o Sol despontou logo depois de a neve ter ido nevar para outras bandas, por isso temos tido direito a dias soalheiros misturados, como dizem os meteorologistas, com alguns períodos de chuva ligeiros e um menos ligeiro arrefecimento nocturno. Segundo o Weather Channel, o sítio web que costuma ter os prognósticos mais simpáticos, as temperaturas mínimas na próxima semana serão de pelos menos zero graus e a máxima pode atingir os sete, o que é um verdadeiro privilégio. Tal é a espectacularidade do acontecimento que eu hoje até me dei ao luxo de cozinhar de janelas abertas…
Entretanto, já sei que a neve foi incomodar outros países, entre os quais o nosso Portugal, onde até foi lançado o alerta vermelho nalguns distritos. À conta deste frio inesperado, não sei quantas criancinhas deixam de ir à escola todos os dias porque neva e faz frio, dentro e fora da dita cuja. Como diz a minha tia, quando nós andávamos a estudar ninguém se preocupava com frio nem com chuva, aliás ninguém se preocupava com coisa nenhuma. E não se esqueçam de que eu estudei muitos anos depois da minha tia. Às oito da manhã, lá estávamos nós de pedra e cal na aula de Publicidade, muitas das vezes para fazer apresentações para a turma inteira, e aquecimentos nem vê-los. Mas nós lá estávamos, cobertos com casacos, enrolados em cachecóis e protegidos por luvas, prontos a ouvir, a ser ouvidos e a tomar notas a mil à hora para as mãos não arrefecerem!
Desde a minha última mensagem, muitos e extraordinários acontecimentos tiveram lugar no nosso mundo. E não me estou a referir aos bancos da Bélgica, que já pedem mais umas alarves injecções de euros a título de segundo plano de salvamento. Nem à tia Manuela Ferreira Leite a dizer que risca logo o TGV se lhe deixarem pôr os pés em São Bento. Nem ao tio Sócrates, que teve uma reunião com uns senhores do Freeport mas critica o ressurgimento do caso no início do ano eleitoral. Ainda alguém me há-de explicar por que é o processo foi despachado em vinte dias quando processos afins demoram três meses e o que é o tio do senhor anda a fazer metido neste imbróglio. A tia Manuela também não se rir: fica-lhe muito bem dizer que suspendia o TGV mas esquece-se de que, quando foi Ministra das Finanças, não suspendeu aquele disparate monumental que foi construir uma catadupa de estádios de futebol quando o país estava à beira da recessão… Recessão? Onde é que eu já vi este filme?
Outro acontecimento marcante desde mês (embora não tanto como os que descreverei em seguida!) foi a tomada de posse do Obama ou, melhor dizendo, a sua inauguração. Inauguração, pois claro! Por estranho que pareça, é por «inauguration» que os americanos designa a tomada de posse do Presidente. Ora, «inauguration» em tradução anárquica significa «inauguração». Temos, por isso, que o senhor foi oficialmente inaugurado diante dos olhos de milhões de americanos em Washington e de biliões de estrangeiros em todos o mundo, que assistimos ao evento como se nós próprios, que nem sequer podemos tomar parte na contenda, tivéssemos votado nele. E enquanto o planeta aguarda as cenas dos próximos capítulos, saudemos desde já o anunciado fecho da prisão de Guantanamo, que, se não servir para outra coisa, serve pelo menos para prenunciar que uma nova era poderá ter sido… inaugurada!
Agora que já assistimos ao noticiário internacional em versão ultra-resumida, passemos então aos acontecimentos verdadeiramente extraordinários. O primeiro deles foi a compra de dois candeeiros. Já que não mudar de casa este ano, decidi melhorar a qualidade de vida no interior desta. E como é tempo de crise, há que poupar e concentrar os investimentos no que é realmente necessário. Por isso, deixei de comprar trapos, o que por sua vez evita que tenha de comprar de imediato um novo roupeiro, e resolvi concentrar-me no essencial. Digam lá se não sou um rapaz consciencioso! Desta decisão madura e reflectida resultou a aquisição de dois magníficos candeeiros com spots que se viram para todos os lados, incluindo de pernas para o ar se for preciso. Outro investimento inteligente a fazer em tempo de crise é o investimento em nós próprios. Não, não, não é gastar dinheiro em roupa. Nem em inutilidades caras para nos fazerem fixar mais bonitos. É investir nos nossos conhecimentos. Não se costuma dizer que o saber não ocupa lugar. Felizmente os meus estimados empregadores concordam plenamente comigo e tomaram em mãos esta tarefa. Daqui resulta que estou a meio de uma ampla formação em quatro surpreendentes programas informáticos: InDesign, Illustrator, Dreamweaver e o inenarrável Photoshop, o programa que transforma as maltrapilhas de Hollywood em verdadeiras princesas. Tiram-se olhos vermelhos, encolhem-se ancas, diminuem-se barrigas salientes, disfarçam-se papadas, endireitam-se dentes tortos, retiram-se sinais, enfim as possibilidades são inúmeras! Depois de uma formação intensiva, estou tão rendido ao dito programa que em breve planeio mudar a minha trajectória profissional. Vou candidatar-me a um posto de designer gráfico na Vanity Fair. Ou na Rolling Stone. Ou até mesmo na Time quem sabe se a próxima mensagem não será enviada do outro lado do Atlântico…
Boa noite e boa semana!

3 comentários:

Peg solo disse...

o menino tem de aprender a segmentar estes textos. nem toda a gente tem os 2 minutos inteiros disponiveis p ler isto de uma vez só! eh eh
entao parabens pelos candeeiros, beijinhos de bom ano e mando por mail as photos p me tirares as borbulhas e etc para o mail ;)

Peg solo disse...

*por mail para o email... pois a esta hora ja n leio o q escrevo ;)

Anónimo disse...

O menino está a tornar-se num perfeito dono de casa. Na realidade é melhor por a casa confortável e bonita do que enche-la de roupeiros que só implicam que se compre mais roupa do que a necessária porque como se tem epaço tem-se tentação! Mas,.. por acaso acho que encontrei solução para o teu problema de roupeiro, só que tinhas de por o do quarto a andar. Na IKEA há uns roupeiros em 2 m+odulos que são acupl+aveis a uma estante com portas de vidro. Todos os roupeiros têm portas de vidro mas não completamente transparentes. Tenho a foto de um que vi numa casa e lembrei-me da tua. São muito altos por isso podias aproveitar o pé direito do teu quarto e têm a largura do teu só que podes juntar uma parte bem menos funda e muito mais estreita que dá para prateleiras, aliás são prateleiras. Mando-te as fotos por mail. beijis M